
Foi anunciada recentemente a morte do fundador do The Rights Forum, Dries van Agt, e de sua esposa, Eugenie. O casal holandês, de 93 anos, morreu “junto e de mãos dadas”, após optar pela “eutanásia dupla”, devido à deterioração de sua saúde. A eutanásia e o suicídio assistido são permitidos desde 2002 na Holanda.
A reação à eutanásia e à própria ideia de envelhecimento e morte é muitas vezes de incompreensão e choque, causando angústia às famílias. A geriatra Ana Claudia Quintana Arantes, especialista em luto, trata desse delicado tema e da necessidade de seu enfrentamento em seu livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, publicado pela Editora Sextante.
A autora explica que, apesar da dor sentida por aqueles que ficam, a morte precisa ser encarada como algo natural. Conversar sobre o envelhecimento e a morte é necessário para uma vida plena.
Em sua experiência acompanhando os pacientes paliativos, ela percebe que eles têm plena consciência de que estão nos momentos finais e que enfrentar o tema da morte permitirá que façam escolhas verdadeiras para esse momento. Reconhecer o fechamento de ciclos e “deixar ir’’ é tarefa a dos que ficam: devem aprender a confiar no processo natural da passagem sem culpas e, principalmente, sem julgamentos, tal como planejaram o Sr. Dries e a Sra. Eugenie.
O direito das famílias e sucessões – tal como o trabalho da Dra. Ana Cláudia - tem por objetivo justamente proteger a harmonia das famílias e permitir transições tranquilas, provendo meios práticos para que as ditas escolhas possam ser observadas. No Brasil, as escolhas sobre a morte e sobre a incapacidade podem ser objeto de um testamento vital, acerca do qual já falamos outras vezes. (Confira em nossas Publicações).
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