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Gal Costa: Como poderia ter sido evitada a discussão sobre o local de seu sepultamento?


Crédito da imagem: Lucas Lima/UOL

Há duas semanas, o Brasil chorou a perda de Gal Costa. Após o velório público, a viúva teria optado pelo sepultamento na capital paulista, opção questionada por amigos próximos da cantora que entendiam que o enterro deveria ter sido realizado no Rio de Janeiro.


Por um lado, amigos e seu irmão alegam que Gal comprou um jazigo no Rio de Janeiro quando sua mãe faleceu, justamente para que fosse enterrada no mesmo local, no cemitério em que outros grandes nomes da música também estão enterrados, como Carmem Miranda, Vinicius de Moraes e Cazuza. Por outro, a viúva rebate que quem saberia dos desejos da falecida seria ela, que conviveu com Gal por 40 anos. Para Gal, a escolha tão íntima de onde descansar foi tomada à sua revelia, mas poderia ter sido diferente.


O embate sobre o que seria a vontade da falecida não se justificaria se ela mesma tivesse manifestado, expressamente e por escrito, o que desejava. O registro poderia ter sido feito por meio de instrumentos ainda pouco conhecidos: uma declaração chamada de Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV) ou um codicilo.


Na DAV, o declarante especifica sua vontade quanto à condução de tratamentos médicos, prolongamento artificial da vida, cremação e destinação das cinzas, ou opção pelo sepultamento e definição do local do enterro. Nessa declaração, podem ser indicadas as pessoas que devem estar à frente dessas providências. O tema da cremação ou sepultamento também pode ser tratado em testamento ou num codicilo, que é uma opção simplificada de testamento (escrita e assinada pela pessoa que deseja manifestar sua vontade, não se exigindo testemunhas).


A declaração da vontade, seja via DAV ou codicilo, certamente impulsiona a pacificação: protege a vontade do declarante sobre temas tão pessoais e delicados ao mesmo tempo em que evita litígios desnecessários entre familiares que não necessariamente conhecem os reais desejos de quem os deixou - afinal, falar de morte não é nada fácil. Tivesse Gal deixado sua vontade por escrito, especificando em qual local ela gostaria de ser enterrada e quem seria responsável por assegurar isso, a briga entre a viúva e os demais poderia ter sido evitada.

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